Eu vi com as mãos sem poder tocar
Bruna Ferreira
Desenho
21×14,8cm
[PT]
Durante o período de quarentena, deparei-me com a sensação de impotência devido ao isolamento coletivo, que imediatamente associei a cegueira perante a situação em questão.
Cegueira, não apenas em relação ao futuro próximo e longínquo, mas do resto do mundo, no presente. Cegueira por não vermos nada para além de quatro paredes.
Assim, adotei esse conceito como premissa do meu trabalho.
As únicas interações possíveis, no início da pandemia, eram meramente virtuais. Deste modo, optei por captá-las no registo que julguei ser o mais fiel à minha intenção e premissa: desenho de contorno cego.
O meu trabalho é uma abordagem digital ao meu diário gráfico, onde registei todas as minhas interações virtuais até ao fim do confinamento obrigatório e, também, as minhas novas interações pessoais.
[EN]
During quarantine, I found myself feeling impotent due to the collective isolation. I immediately associated that feeling with blindness towards the situation we are going through.
Blindness, not only to the near future and further, but to the rest of the world in the present. Blindness for we don’t see anything beyond four walls.
Because of this, I adopted this concept as the premise of my work. The only possible interactions, at the beginning of the pandemic, were merely virtual. That way, I chose to collect them by the way I found most loyal to my intention and premise: blind contour drawing.
My work is an approach to my sketchbook, where I registered all my virtual interactions up until the end of the mandatory containment and also my new personal interactions.